ACSP e SP Obras discutem revitalização do Triângulo Histórico
Empresa responsável pelas obras relata dificuldades em lidar com Enel e outras concessionárias durante as intervenções no subsolo da região

O Centro de São Paulo passa por um processo de transformação. Desde 2023, a Prefeitura realiza obras de requalificação dos calçadões do Triângulo Histórico com para oferecer mais segurança e acessibilidade para a população.
Desde o início, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) incentiva e acompanha essas obras. Na última quarta-feira (24), a entidade sediou uma reunião entre os representantes da empresa líder de consórcio AMF e os representantes da SP Obras.
O consórcio trabalha na troca de padrão do calçamento da região, na instalação de novo mobiliário urbano, em uma nova sinalização turística, nova iluminação funcional e cênica de edifícios históricos, reestruturação da infraestrutura subterrânea de drenagem e na implantação de valas técnicas para melhor ordenamento das redes de telecomunicações.
As intervenções estão sendo executadas por trechos e, para cada trecho, há quatro etapas de intervenção.
Na primeira, ocorre a demolição do calçamento antigo e a escavação para instalação das valas e drenagem. Na segunda fase, acontece a instalação e montagem dessas valas na infraestrutura recém-preparada. Na terceira, são lançados os microdutos e as caixas de acesso das valas são fechadas, seguido pelo aterramento e compactação do solo. Por fim, na quarta fase, é aplicado o novo pavimento e realizado o acabamento. Neste estágio, a circulação de pedestres é liberada, marcando o início da fase de ajustes finos.
Em meio a todas essas etapas, nos primeiros meses, ocorreram alguns imprevistos comuns em obras desta magnitude. É o que explicam Lourenço Midea, representante da empresa líder de consórcio AMF, e Marino Alecio Cacciatori, engenheiro coordenador das obras.
“No andamento do trabalho estamos nos deparando com algumas situações que estão dificultando o processo e prejudicando o cronograma, por exemplo, a descoberta de um sítio arqueológico na rua Paulo Egídio, que paralisou temporariamente os trabalhos, além do canteiro de obras, que começou na Patriarca, que também sofreu vandalismo. A reforma das calçadas e calçadões é só um detalhe, porque um dos principais desafios é a ocupação desordenada dos subterrâneos pelas concessionárias, em especial, as de telecomunicações, que transformou as galerias em um emaranhado de cabos”, compartilha Lourenço.
Além disso, Marino explica que no subsolo da região passa a rede de média tensão da Enel, com 13.800 volts, o que obriga os operadores das máquinas e os pedreiros que atuam manualmente a realizarem o trabalho com atenção redobrada. “E não é só energia, também têm as tubulações de gás. Fazendo um serviço cuidadoso, procuramos evitar algum tipo de acidente ou incidente”, pontua.
A Sabesp também realiza intervenções na região. A empresa de saneamento está aproveitando as escavações para fazer a substituição do ferro fundido por polietileno de alta densidade.
“Estamos encontrando algumas dificuldades em relação à Enel e à Comgás, já que nem sempre conseguimos um pronto atendimento e de agilidade, isso interfere no nosso cronograma que fica amarrado ao retorno dessas concessionárias. São vários processos e muitas reuniões para conseguirmos entregar essas ruas no menor prazo. Já foram executados 2.200 metros e 6 mil metros abertos, e com toda a nossa experiência, trabalhamos em conjunto para encontrar a melhor técnica que contribua para uma menor implicação do prazo que não gere um impacto significativo de custos e que consigamos também resguardar a integridade dos colaboradores e do público”, ressalta Lourenço.
A AMF trabalha em conjunto com o pessoal da SP Obras, com o apoio de Jhonatan Ribeiro, gerente de obras viárias, para entregar a rua modelo (da Quitanda) até 30 de maio com os totens com informações de interesse turístico, indicação de prédios históricos, mesas táteis e totens com informações temporárias sobre eventos da cidade.
IMAGEM: ACSP