Vendas no Mercadão devem esquentar na semana do Natal
Por enquanto, o maior movimento é na área de alimentação (foto); preços dos itens mais procurados estão estáveis
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Os comerciantes do Mercado Municipal de São Paulo, mais conhecido pelos paulistanos por Mercadão, apostam em grande movimento e consumo farto a partir da próxima semana, que antecede o Natal.
As expectativas geradas com a definição política e os sinais de retomada econômica, que já são percebidas em alguns setores –como a hotelaria, por exemplo -, são os argumentos utilizados pelos empresários para sonhar com um grande aumento de clientes.
Mas, como medida de precaução, os comerciantes ouvidos pela reportagem do Diário do Comércio preferem manter os preços do ano passado para produtos muito procurados para as festas de fim de ano, como castanhas, nozes, bacalhau e frutas, tanto as nacionais como as importadas.
E pelo que se vê ao andar pelo Mercadão, a precaução é justificável. Durante a semana que está terminando, a reportagem constatou que o movimento era grande no estabelecimento, mas a maioria das pessoas estava mais interessada na alimentação servida no Mercadão – o sanduíche de mortadela é um dos mais procurados -, do que em comprar produtos para a Ceia de Natal.
“Ainda é muito cedo. As pessoas preferem comprar nos dias que antecedem o Natal. Mas também tem o fator econômico. Apesar da ligeira melhora da economia, ainda falta dinheiro”, disse Tiago de Oliveira Silva, dono da Banca do Pacheco, que vende azeite, bacalhau, palmito, castanha, nozes e frutas secas.
Tiago garante que a maioria dos preços do ano passado foram mantidos para este Natal.
Na Banca do Pacheco, o quilo da castanha caju sai por R$ 50,00. A tipo exportação está sendo vendida a R$ 80,00 o quilo. A castanha quebrada, a R$ 40,00.
Segundo Tiago, em tempos de crise, a castanha quebrada é a mais procurada.
O bacalhau macro custa R$ 85,00 o quilo, o Mohrua, R$ 105,00. O filé carnudo de bacalhau, sai a R$ 150,00 o quilo.
Os preços não variam muito nas barracas do Mercadão. Mas se o cliente pechinchar, pode fazer bons negócios.
“O importante é vender. Não adianta nada pedir muito e não vender. Estamos aqui para negociar”, avisa Tiago, resoluto.

Antônio Pedro da Mota, gerente da Barraca do Juca, que ganhou notoriedade em 1994, ao virar ponto de locações da novela A Próxima Vítima, da Rede Globo, é uma das atrações do Mercadão. Pela novela e a variedade de frutas nacionais e importadas que vende.
São 300 tipos de frutas, entre ameixas, pêssegos, mangas, frutas vermelhas. Embora a especialidade da casa sejam as frutas, a Barraca do Juca também atende a domicílio. E pode entregar em casa, bacalhau, nozes, castanhas e qualquer outro produto que não pode falta na ceia de Natal.
“O movimento por enquanto está bem fraquinho. Precisa melhorar. E muito. Quem está vindo ao Mercadão, por enquanto, é quem precisa fazer compras na Rua 25 de março. Após as compras, as pessoas passam por aqui, mas apenas para se alimentar. Nada de compras”, afirma Antônio.
Este é o mesmo argumento usado na banca Mamma Carolina, uma das mais tradicionais do Mercadão.
Telma, a dona diz que o bacalhau desfiado está saindo por R$ 90,00 o quilo. Castanha de caju, a R$ 90,00.
“Posso garantir que não aumentamos o preço. Percebo que o movimento está um pouco melhor do que ano passado. Dá para dizer que as vendas aumentaram 10% em relação ao ano passado nesta época. A torcida agora é para que nas próximas semanas, principalmente nos dias que antecederem o Natal, aumente ainda mais”, disse Telma.
O Mercadão foi inaugurado em 25 de janeiro de 1933. A construção tem a marca registrada de Ramos de Azevedo, responsável também por outros belos edifícios como o Teatro Municipal, Palácio das indústrias, Pinacoteca, o prédio dos Correios, nas proximidades do Vale do Anhangabaú.
Durante a tarde de quinta-feira, com as fortes chuvas que caíram sobre o centro de São Paulo, algumas goteiras foram notadas no interior do estabelecimento, o que gerou preocupação de funcionários e consumidores.
FOTOS: Wladimir Miranda/Diário do Comércio