A ACSP e o legado da luta pela liberdade e Constituição
‘A proximidade do feriado de 9 de Julho, comemoração estadual da Revolução Constitucionalista de 1932, compreensivelmente nos enche de orgulho’

Ninguém nega o valor da memória. Ela conecta o presente com o passado, o que é fundamental para compreender e fortalecer a identidade de uma sociedade. Por ela mergulhamos nas nossas raízes, processo que nos propicia a oportunidade do constante aprimoramento de nossas instituições. Se a memória for levada a sério, para além da mera retórica, contaremos com uma importante colaboração para prosseguir na marcha para um futuro mais promissor.
A Associação Comercial de São Paulo tem o privilégio de contar com profissionais bem jovens, mas também vários de idade mais avançada. Ainda temos companheiros que se recordam das vibrantes celebrações do IV centenário de nossa Capital. Mais recentemente, tivemos as comemorações dos 500 anos da descoberta do Brasil, juntamente com nossa mãe-pátria Portugal. Em 2004 a ACSP se empenhou com entusiasmo nas celebrações dos 450 anos da fundação de São Paulo, inclusive trazendo ao Brasil, pela primeira vez, e expondo-as no Pátio do Colégio, as Cartas de José de Anchieta, importantíssimo troféu de nossa cultura.
A proximidade do feriado de 9 de Julho, comemoração estadual da Revolução Constitucionalista de 1932, compreensivelmente nos enche de orgulho. Serão raríssimos, hoje, os que dela poderão ter participado, e mesmo ter recordações pessoais, pois já se vão nove décadas dos fatos.
Mais do que nunca, portanto, a necessidade de fazê-la presente na nossa pauta de compromissos. Pois todos sabemos quão significativa foi a participação da ACSP no desenvolvimento daquela luta patriótica. Os livros, as exposições, os filmes, os arquivos contêm os pormenores da ação da ACSP sob a liderança do presidente Carlos de Souza Nazareth (1899-1951), na época com apenas 33 anos.
A ACSP é guardiã, portanto, de um legado imperecível: a luta constante pela Liberdade e Constituição. Isso implica memória, pesquisa sempre atualizada, vigilância e iniciativas que consolidem os ideais de 32. Liberdade para empreender com segurança, Constituição para que tenhamos um país de leis e não de nomes.
Para a permanência do dinamismo dessa tradição paulista, dentre outras iniciativas, a ACSP, através do seu Conselho Cívico Cultural, outorga às pessoas e instituições que colaboram com o aperfeiçoamento das nossas instituições democráticas em prol do bem da sociedade, uma honraria na forma de um Colar e Diploma que traz o nome de nosso ex-Presidente dos anos 1930.
Se tivermos de resumir o grandioso significado da Revolução de 1932, ao reverenciar seus combatentes e suas famílias, temos de citar necessariamente as palavras do poeta Paulo Bonfim (1926-2019): “A trincheira de 32 foi a pia batismal da Democracia em nossa terra”.
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