Economia avança 1,4% no primeiro trimestre puxada pelo agro
O PIB do agronegócio cresceu 12,2% na comparação com o quarto trimestre de 2024. As boas safras de soja, milho, arroz e fumo ajudam a explicar o resultado setorial

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou alta de 1,4% no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024, o maior patamar da série histórica iniciada em 1996. Esta foi a 15ª taxa positiva consecutiva neste tipo de comparação, informou nesta sexta-feira, 30/5, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB do primeiro trimestre totalizou R$ 3 trilhões.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB apresentou alta de 2,9%. Pelo lado da oferta, tanto o PIB de Serviços quanto o da Agropecuária alcançaram patamares recordes. Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias e o consumo do governo também alcançaram novos ápices da série histórica.
Peso do agro - O PIB da agropecuária subiu 12,2% no primeiro trimestre de 2025 ante o quarto trimestre de 2024. Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB da agropecuária mostrou alta de 10,2%. "Um quarto do crescimento anual do PIB tem a ver com agropecuária, isso por efeito direto", apontou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Entre as boas notícias do campo está a expectativa de uma nova safra recorde de soja, principal cultura do país, cuja colheita é mais concentrada no primeiro trimestre. "Várias colheitas que estão crescendo neste ano são concentradas no primeiro trimestre", lembrou Palis, acrescentando que o setor está beneficiado por condições climáticas favoráveis e por uma baixa base de comparação. "Além de a produção estar crescendo, a produtividade também está crescendo, então isso afeta também o resultado da agropecuária."
Além da soja, o PIB da Agropecuária é impulsionado por safras maiores de milho, arroz e fumo. Há efeitos indiretos da agropecuária em outros segmentos, como transportes, comércio e investimentos.
Outros setores - Na indústria, o PIB recuou 0,1% na comparação entre trimestres e de 2,4% na variação interanual.
E o de serviços subiu 0,3%, na comparação com o quarto trimestre de 2024, e 2,1% no confronto com o primeiro trimestre de 2024.
Sob a ótica da demanda, na comparação entre o primeiro trimestre de 2025 e o quarto trimestre de 2024, o consumo das famílias avançou 1%, a formação bruta de capital fixo, 3,1%, exportações, 2,9%, e consumo do governo, alta de 0,1%.
Destaque mundial - Com o avanço do PIB de 1,4% no segundo trimestre ante o período anterior, o Brasil teve o segundo maior crescimento dentre uma lista de 58 países elaborada pela agência de classificação de risco Austin Rating com dados já conhecidos para o período.
O Peru, com 2,4%, foi o país que mais cresceu. Ao lado do Brasil, com a mesma taxa de crescimento, figuram Arábia Saudita e Noruega. Imediatamente atrás do Brasil ficaram Irlanda (1,2%), Holanda (1%), Indonésia (0,9%), em terceiro, quarto e quinto lugares, respectivamente.
Empatados em sexto lugar, com expansão de 0,8%, figuram Croácia, Espanha, Japão, Sérvia e Tailândia. As duas maiores economias do mundo, EUA e China, tiveram incremento de 0,7% e ficaram no sétimo lugar, empatadas com Chipre, Lituânia e Malásia.
Outras das maiores economias do mundo tiveram desempenho mais modesto: Reino Unido (0,6%), no oitavo lugar; Canadá (0,5%), no nono lugar; França (0,3%), no 11º lugar; e Itália (0,2%), no 12º lugar.
No campo negativo aparecem Alemanha (-0,1%), no 15º lugar; Coreia do Sul (-0,2%), em 16º; Suécia (-0,3%), em 17º; e Chile (-0,6%), em 18º.
Segundo a Austin, o Brasil deve ocupar a oitava posição no ranking de maiores economias do mundo neste ano e no próximo.
Revisão – O IBGE revisou o PIB do quarto trimestre de 2024 ante o terceiro trimestre de 2024, que passou de alta de 0,2% para um crescimento de 0,1%.
O órgão também revisou a taxa do PIB do terceiro trimestre do ano passado, na comparação com o segundo trimestre (0,7% para 0,8%).
Já o resultado do segundo trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre de 2024 passou de alta de 1,3% para elevação de 1,5%.
IMAGEM: Tiago Queiroz/AE