10 livros imperdíveis de economia e gestão de 2016
Conheça as obras que são referência para quem quer entender para onde caminha a gestão dos negócios, o desenvolvimento pessoal e o papel da inovação

Frugal Innovation: How To Do More With Less, Navi Radjou and Jaideep Prabhu (Editora: Profile)
Diante da pressão mundial para diminuir o impacto socioambiental das indústrias, empresas de países desenvolvidos inverteram a rota. Foram buscar nos Brics, como Índia e Rússia, as soluções para conciliar produção de qualidade com recursos limitados, adotadas também para os produtos destinados ao mercado interno. O modelo de produção de baixo custo ficou conhecido como inovação frugal. Com análises e estudos de caso como o da Renault/Nissan, os autores mostram o impacto sobre os negócios tradicionais e ensinam o que as empresas precisam fazer para surfar nessa tendência.
Pre-Suasion, Problem Solving, and Process Design, Robert Cialdini (Editora: Sijmon & Shuster)
Persuadir constitui um dos principais talentos de um líder. Nesse livro, Cialdini demonstra que essa habilidade preciosa pode ser aprendida. Autor de um best-seller clássico, Influência, ele dá o mesmo tratamento científico ao tema. O livro traz as mais recentes pesquisas e métodos para explicar tanto como os gestores podem ficar predispostos a tomar decisões adequadas quanto levar os outros a se abrir à sua liderança. O autor concretiza seus insights com uma série de táticas que podem ser aprendidas e acionadas nos momentos certos.
Originals: How Non-Conformists Move the World, Adam M. Grant (Editora: Penguin)
Professor da Wharton School, Grant reúne muita pesquisa, texto saboroso e exemplos úteis para mostrar como os espíritos inovadores promovem rupturas. O livro desmonta ideias preconcebidas sobre inovação e aponta caminhos para a identificação das boas ideias e formas de lidar com o medo e a dúvida que paralisam o empreendedor. Um dos conceitos surpreendentes que propõe está no capítulo “Procrastine estrategicamente”.
What Works: Gender Equality by Design, Iris Bohnet (Editora: Belknap Press)
Em uma iniciativa ousada, a autora propõe que as empresas adotem a metodologia behavioral design para combater o preconceito que continua a impedir a igualdade entre homens e mulheres no mundo corporativo. Especializada em economia comportamental, ela leciona na Universidade de Harvard e dirige o Women and Public Policy Program. O livro defende que o preconceito contra as mulheres, ainda reinante nas áreas de recrutamento e gestão, tem bases profundas e exige uma abordagem dirigida à mente humana para se chegar à mudança.
O Homem Mais Realista do Brasil – As Melhores Frases de Delfim Neto, organização de Aristóteles Drummond (Resistência Cultural Editora)
A coletânea reúne uma pequena parte da farta produção do ex-ministro Delfim Neto como articulista, uma seleção com 200 frases que ilustram a sua verve e visão sobre a realidade econômica nacional e se completa com depoimentos de personalidades que conviveram com ele no governo e na vida social. Entre as frases recuperadas pelo organizador, há varias que ainda se aplicam aos atuais problemas do país, como esta: “Se vem o governo querer distribuir o que não foi produzido, no próximo round o mercado acaba com ele e, em seguida, a urna.”
Dar e Receber: Uma Abordagem Revolucionária Sobre Sucesso, Generosidade e Influência, Adam Grant (Sextante)
Vivemos a economia do conhecimento, na qual atributos antes considerados essenciais, como individualismo, talento e dedicação, não são mais suficientes para fazer os negócios funcionarem. De acordo com o professor da Wharton School, a interdependência entre as pessoas e a generosidade pessoal no ambiente do trabalho se tornaram determinantes para o sucesso pessoal e profissional. Grant demonstra que o modo como construímos nossas redes de relações e interagimos podem tornar o grupo melhor e beneficiar cada um dos participantes.
Uma Breve Teoria do Poder, Ives Gandra da Silva Martins (Resistência Cultural Editora)
Considerado um clássico da ciência política, a reedição do livro do jurista resume as ideias de um realista conhecedor da realidade brasileira. A tese central da obra Gandra consiste na ideia de que, sejam quais forem as condições culturais, econômicas e morais de uma sociedade, a preocupação de quem detêm o poder se atêm exclusivamente em manter sua posição de mando. O discurso de servir à coletividade se resumiria a uma cortina de fumaça que ajudará a exercer o poder em proveito próprio.
Elon Musk: Como o Ceo Bilionário da Spacex e da Tesla Está Moldando o Nosso Futuro, Ashlee Vance (Editora Intrinseca)
Para desvendar o homem por trás do empreendedor visionário, o jornalista Ashlee Vance ouviu mais de 300 pessoas entre colegas, amigos e familiares de Musk. O próprio empresário deu mais de 40 horas de entrevista para o biógrafo. A narrativa cobre a façanhas na indústria automobilística, com o carro autônomo, na indústria espacial, com investimento em tecnologias capazes de nos levar a Marte, e com o desenvolvimento da energia solar. Vance não deixa também de contar fofocas sobre o lado playboy do bilionário.
Rethinking Strategy for Creative Industries: Innovation and Interaction, Milan Todorovic e Ali Bakir (Editora: Routledge)
Entender a dinâmica da economia criativa tornou-se um fator decisivo para estar presente no mercado atual. Com entrevistas, estudos de caso e muita pesquisa, o pesquisador da London Metropolitan University demonstra o contexto fluido em que movem seus participantes, no qual pouco cabe das tradicionais teorias econômicas. Ainda em formação, as práticas do mercado são marcadas por modelos e métodos híbridos e o surgimento constante de nichos de mercado. Tradicionais divisões, como forma e conteúdo, produto e serviço, criação e consumo perdem as fronteiras, unificados pelos novos modelos convergentes de negócios.
A Riqueza da Nação no Século XXI, de Bernardo Guimarães (Bei Comunicação)
Ao escrever o livro, o economista se propôs a enriquecer a discussão econômica, não fugindo de tocar nos muitos vespeiros que compõem a recente história do país. Ele analisa as decisões econômicas tomadas entre a posse do ex-presidente Lula até o primeiro mandato de Dilma Rousseff, as práticas do BNDES e o acirramento de ânimos que pode afetar por algum tempo o clima no país, entre outros temas. Entre suas provocações, ao falar de programas de transferência de renda, lembra da pergunta de Milton Friedman: “se queremos ajudar o pobre, porque não damos dinheiro a ele?” Ideia que se tornou a base do Bolsa Família.
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