Café em pó é vilão da ‘inflação de inverno’ da FGV

Preço do produto disparou 89% em 12 meses pelo IPC-M. Por outro lado, houve queda em itens de vestuário

Redação DC
24/Jul/2025
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Café em pó é vilão da ‘inflação de inverno’ da FGV

A Fundação Getulio Vargas (FGV) monitorou a variação dos preços de produtos cujo consumo aumenta no inverno e descobriu uma elevação média de 2,82% no acumulado em 12 meses (de julho de 2024 a julho de 2025). A alta no período foi puxada pelo café em pó, que aumentou 89,61%, e pelo chocolate em pó, que subiu 17,92%. O indicador utilizado foi o IPC-M.

O cacau e o café são commodities e, portanto, estão sujeitos aos preços praticados no mercado internacional. E como problemas climáticos têm afetado países produtores desses produtos, como o Brasil, no caso do café, e a Costa do Marfim, no caso do cacau, ao mesmo tempo em que a demanda por eles cresce, seus preços dispararam.   

Apesar da pressão nos preços exercida pelas bebidas quentes, a inflação dos produtos de inverno foi inferior à inflação geral medida pelo IPC-M no período, que foi de 4,31%.

Isso porque alguns itens de entretenimento e turismo e de vestuário, que também entram na cesta de inverno da FGV, tiveram variação negativa de preços em 12 meses e seguraram o índice. As passagens aéreas registraram queda de 32,35%, por exemplo. E itens de vestuário infantil também tiveram recuos significativos, como agasalho infantil (-6,15%) e calça infantil (-3,01%).

"Itens que costumam pressionar no inverno, como vestuário e calçados, hoje estão entre as principais quedas, especialmente no segmento infantil", destaca Matheus Dias, economista do FGV IBRE.

Grupos – O grupo de produtos de inverno que exerceu a maior pressão no IPC-M em 12 meses foi Bebidas Quentes, com alta de 26,20%. Em seguida aparece Medicamentos, que avançou 4,56%, Combustíveis Domésticos (gás encanado), que aumentou 1,30% no período, e Têxteis, com leve alta de 0,24%. Já o grupo Entretenimento recuou 14,47%.

"Embora este ano a cesta tenha apresentado o café como grande destaque negativo, observa-se uma tendência geral de preços mais estáveis para a maioria dos produtos de inverno, com a inflação da cesta registrando elevação inferior à inflação geral. Esse cenário é mais favorável ao consumidor em comparação com 2022, quando a inflação de inverno chegou a quase 26%, apresentando alta em todos os grupos cobertos por esse levantamento", pondera Dias.

 

IMAGEM: Freepik

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