Confiança do brasileiro cai por insegurança no emprego
Em junho, 49% estavam menos à vontade para comprar eletrodomésticos nos próximos seis meses, revela Índice Nacional de Confiança da Associação Comercial de São Paulo (ACSP)

O Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou 94 pontos em junho –cinco a menos do que os 99 de maio.
Os componentes de emprego puxaram a queda. Os inseguros no emprego somaram 46% dos entrevistados em junho (contra 40% em maio).
Já 30% avaliaram como grande a chance de perda de emprego nos próximos seis meses (26% no mês anterior). E 69% conheciam alguém que foi demitido (65% em maio).
“A confiança tem encontrado resistência em ficar no campo positivo, acima dos 100 pontos, principalmente por causa da situação do emprego, que é muito frágil”, diz Marcel Solimeo, economista da ACSP, em relação ao ainda elevado índice de desemprego no País.
O INC varia entre zero e 200 pontos, sendo o intervalo de zero a 100 o campo do pessimismo e, de 100 a 200, o do otimismo. A margem de erro é de três pontos. A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 26 de junho.
Inseguros no emprego, os consumidores estão também mais cautelosos nas compras parceladas, prejudicando o varejo. Em junho, 49% estavam menos à vontade para comprar eletrodomésticos nos próximos seis meses (46% em maio) e 61% não estavam propensos a adquirir um carro ou um imóvel (58% no mês anterior).
Regiões e classes
A maior variação da confiança foi no grupo Norte/Centro-Oeste, cuja confiança caiu de 104 para 95 pontos entre maio e junho, possivelmente por dificuldades enfrentadas recentemente pelo setor extrativista, forte na região Norte.
Por outro lado, a confiança do Nordeste subiu de 72 para 78 pontos, embora ainda seja a região mais pessimista de todas.
No recorte por classe social, o destaque é do INC da classe D/E, que caiu de 79 para 75 pontos na passagem de maio para junho, enquanto no grupo de classes A/B caiu de 104 para 101 pontos na mesma comparação.
“Em síntese, a confiança do consumidor brasileiro reflete o baixo ritmo de crescimento da atividade em geral e o desemprego alto. Esperamos que, com o avanço da reforma da Previdência e com a flexibilização da política monetária, a economia e o consumo sejam estimulados”, afirma Solimeo.
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