Guardia nega ter recomendado aumento da carga tributária
Para o ministro da Fazenda, ajuste fiscal vai exigir que subsídios e incentivos fiscais concedidos a alguns setores da economia sejam revistos

"Para ter uma carga melhor distribuída alguns setores que pagam pouco imposto deveriam voltar a pagar", disse o ministro, para quem o ajuste vai exigir que subsídios e incentivos fiscais concedidos a alguns setores da economia sejam revistos.
Reportagem publicada na edição desta terça do jornal do Valor Econômico diz que em documento enviado à equipe de transição, a Fazenda mostra que não é possível passar de um déficit primário em torno de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), previsto para este ano, para um superávit que estabilize a dívida pública, apenas com o corte de despesas.
A Fazenda, diz o texto, sugere a adoção de medidas que elevam a receita da União, ou seja, o aumento da carga tributária.
À CBN, o ministro voltou a dizer que é preciso atacar o crescimento das despesas. "É possível o ajuste focado nas despesas", afirmou. "Isso não significa que não haja parte da nossa carga tributária que precisa de ajuste", ponderou Guardia, enfatizando que o documento enviado à equipe de transição do novo governo é bastante claro de que o ajuste fiscal tem que ser feito pelo lado do corte dos gastos.
"Sempre defendemos que o ajuste fiscal seria pelo lado do corte das despesas", afirmou. "Não haverá aumento de impostos para as pessoas que estão nos ouvindo", esclareceu Guardia ao se dirigir aos ouvintes.
Ainda de acordo com o ministro, ao se atacar os gastos será evitado aumento de impostos. "Nossa mensagem é a mensagem de foco no gasto e não na tributação", afirmou o ministro, acrescentando que o documento é claro e que nele não há recomendação ao aumento de impostos.
Neste sentido, de acordo com o ministro, é preciso ser feita uma a avaliação sobre o custo-benefício dos incentivos dados. Para carga melhor distribuída, setores que pagam pouco imposto deveriam voltar a pagar", disse Guardia.
FOTO: José Cruz/Agência Brasil