O efeito Morango do Amor nas confeitarias paulistas

Ontem à noite fui surpreendido no Instagram pelo discurso emocionado de uma confeiteira do extremo sul da zona sul de São Paulo. Ela já começou o vídeo dizendo: “Olha, eu nem sei quem foi a pessoa que criou o Morango do Amor, mas eu e muitas outras confeiteiras do Brasil inteiro precisamos te agradecer.”

Depois de duas semanas de muito trabalho, várias confeiteiras começaram a publicar vídeos de gratidão por causa do fenômeno do Morango do Amor. Num dos relatos que assisti, outra confeiteira relatou: “Olha, gente, eu estava muito preocupada em como iria pagar as contas no final do mês porque desde que abri minha loja o açaí não estava atraindo a quantidade de público que eu precisava.”

E não é só o setor de confeitaria da nossa cidade que tem a agradecer não, pequenos produtores, casas de embalagens e diversos lojistas de insumos sentiram o efeito “Morango do Amor” nas suas lojas, vendo seus estoques zerando do dia para a noite e fornecedores sem reposição disponível.

Para a grande maioria destes pequenos negócios, e para as milhares de empreendedoras individuais que trabalham com confeitaria e doces, o morango do amor foi um fôlego financeiro inesperado - quase que como uma segunda Páscoa.

E, apesar do morango do amor não deixar muitas delas dormirem direito de tanto trabalhar, ou por não saberem mais onde encontrar matéria-prima para produzir, esse fôlego financeiro proveniente das vendas inesperadas foi fundamental para elas colocarem dívidas em dia, contratarem outras pessoas para ajudá-las a produzir ou fazer entrega e, acima de tudo, sustentar as suas famílias.

Ainda não sabemos se esse fenômeno foi apenas mais uma onda da internet ou se o produto vai incorporar o mix de produtos das confeiteiras do Brasil, mas que ele cumpriu um papel fundamental na vida e trabalho de muitos produtores, distribuidores e lojistas do país, isso ele cumpriu.

E você, sentiu o efeito “Morango do Amor” de alguma forma?

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do Diário do Comércio

IMAGEM: Doçura Docinhos/divulgação