Donos da Camisaria Colombo são suspeitos de fraudar sistema bancário
Investigação da Polícia Civil de São Paulo estima que o esquema tenha rendido aos empresários R$ 21 milhões

Mais um grupo varejista aparece envolvido em esquema fraudulento. Na manhã desta quinta-feira, 21/08, a Justiça de São Paulo determinou a prisão dos donos da Camisaria Colombo, Álvaro Jabur Maluf Júnior e Paulo Jabur Maluf, além de dois outros investigados em uma operação da Polícia Civil paulista que apura fraudes no sistema bancário e ocultação de patrimônio.
A polícia estima que o esquema tenha rendido aos empresários R$ 21 milhões. A Justiça autorizou buscas em 12 endereços dos envolvidos em São Paulo, Avaré (SP), Birigui (SP) e Brasília.
Segundo a investigação, o sistema da PagSeguro foi manipulado por meio de fraudes digitais para criar créditos inexistentes. Isso foi possível por uma "vulnerabilidade" do sistema, de acordo com a Polícia Civil. Depois disso, o dinheiro foi movimentado de forma pulverizada em diversas contas bancárias. O objetivo, de acordo com os investigadores, era dissimular bens e valores no processo de recuperação judicial da Camisaria Colombo, em prejuízo aos credores.
A investigação que levou à Operação Fractal teve início a partir de uma denúncia da própria PagSeguro, que identificou e reportou o furto de valores às autoridades. A Divisão de Crimes Cibernéticos está à frente do inquérito.
Caso Ultrafarma
A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo exonerou, a pedido, o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, preso na Operação Ícaro por suspeita de corrupção. A portaria foi publicada nesta quinta-feira, 21, no Diário Oficial do Estado.
Silva Neto está afastado das funções por ordem judicial. O auditor pediu desligamento definitivo do cargo no início da semana. O pedido de exoneração foi atendido, mas Silva Neto continuará respondendo a um processo administrativo disciplinar instaurado pela Corregedoria da Fazenda. A depender do resultado, a exoneração a pedido poderá ser convertida em demissão. A investigação também poderá resultar na proibição de o fiscal tentar reingressar no serviço público e outras consequências.
O fiscal é apontado como "cabeça" de um esquema de corrupção que teria movimentado mais de R$ 1 bilhão na Divisão de Fiscalização da Secretaria da Fazenda. Segundo a investigação, ele cobrava propinas de empresas varejistas para orientá-las e facilitar a restituição de créditos de ICMS.
O empresário Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e o executivo Mário Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop, teriam financiado do esquema. Eles foram presos temporariamente e agora estão em domiciliar. Outras gigantes do varejo são citadas na investigação.
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