PGR pede que Polícia Federal investigue fake news
Raquel Dodge, procuradora-geral da República, quer apuração de suspeitas de disparo em massa de mensagens em redes sociais nas campanhas de Bolsonaro e Haddad

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu nesta sexta-feira (19/10), que a Polícia Federal investigue suspeitas de que empresas de tecnologia da informação têm "disseminado, de forma estruturada, mensagens em redes sociais" relacionadas a Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), que disputam a Presidência da República.
Em outra ação contra a disseminação de fake news, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu cinco dias para a campanha de Bolsonaro e empresas suspeitas de contratar os serviços prestarem esclarecimentos.
O pedido de investigação à Corte Eleitoral foi protocolado pelo PT, baseado em reportagem do jornal Folha de S.Paulo sobre a contratação de pacotes de envios de mensagens em massa por empresas, o que viola a lei.
Dodge afirmou que o objetivo do inquérito é verificar "a existência de eventual utilização de esquema profissional por parte das campanhas, com o propósito de propagar notícias falsas".
No documento, a procuradora-geral informa que fatos mencionados em reportagens jornalísticas já motivaram a abertura de procedimento pela Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), mas que também é necessário a apuração na "ótica criminal".
Dodge cita em seu pedido o artigo 57-h do código eleitoral, que trata sobre ofensa a honra ou de prejuízos a imagens de candidatos. Como o Brasil não possui uma legislação especifica sobre fake news, os casos estão sendo enquadrados nesse artigo da lei eleitoral. A pena prevista é de 2 a 4 anos de prisão e multa que pode chegar a R$ 15 mil.
Segundo Dodge, o uso de recursos tecnológicos para propagar informações falsas ou ofensivas à honra e à imagem dos dois candidatos pode interferir na opinião de eleitores e é uma "afronta a integridade das eleições".
FOTO: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil