Arrecadação de junho soma R$ 234,594 bi; desonerações totalizam R$ 10,093 bi

Nos seis primeiros meses de 2025, a arrecadação federal somou R$ 1,425 trilhão. O montante representa um aumento real de 4,38% na comparação com o primeiro semestre de 2024

Estadão Conteúdo
24/Jul/2025
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Arrecadação de junho soma R$ 234,594 bi; desonerações totalizam R$ 10,093 bi

A arrecadação de impostos e contribuições federais somou R$ 234,594 bilhões em junho de 2025, uma alta real (descontada a inflação) de 6,62% na comparação com o resultado de junho de 2024, quando o recolhimento de tributos havia somado R$ 220,019 bilhões, em valores corrigidos pela inflação. Em relação a maio deste ano, quando o montante foi de R$ 230,704 bilhões, a arrecadação subiu 1,69% em termos reais.

De acordo com a Receita, este é o melhor desempenho arrecadatório para o mês de junho desde 2000. O Fisco destacou que o resultado de junho de 2025, comparado com o mesmo período do ano passado, foi influenciado pelo comportamento dos indicadores macroeconômicos que afetam a arrecadação e pela postergação no pagamento de tributos por contribuintes do Rio Grande do Sul, em decorrência das enchentes que afetaram "significativamente" a base arrecadatória de 2024.

Além disso, a Receita destacou o crescimento da arrecadação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), em razão do aumento das alíquotas instituído pelos decretos presidenciais deste ano. Também houve aumento na arrecadação do IRRF-Capital, favorecido pela alta da taxa Selic, que contribuiu para o melhor desempenho dos fundos e dos títulos de renda fixa.

Acumulado do ano - Nos seis primeiros meses de 2025, a arrecadação federal somou R$ 1,425 trilhão. O montante representa um aumento real de 4,38% na comparação com o primeiro semestre de 2024, quando a arrecadação somou R$ 1,298 trilhão, a preços correntes.

Em relação ao acumulado do ano, a Receita destacou o comportamento dos principais indicadores macroeconômicos que afetam a arrecadação, além das receitas do IRRF-Capital, no primeiro trimestre de 2024, em decorrência da lei sobre a tributação de fundos de investimentos.

O Fisco também citou uma melhora no desempenho da arrecadação do PIS/Cofins em razão, entre outros aspectos, do crescimento da arrecadação com esse tributo nas importações e do desempenho das entidades financeiras.

Houve ainda crescimento da arrecadação do Imposto de Importação e do IPI vinculado à Importação, em razão do crescimento das taxas de câmbio e do aumento das alíquotas médias desses tributos.

Por fim, o resultado do primeiro semestre de 2025 teve influência da elevação da arrecadação da contribuição previdenciária em razão do desempenho das empresas do Simples Nacional e da redução da desoneração da folha.

Desonerações

As desonerações concedidas pelo governo resultaram em uma renúncia fiscal de R$ 10,093 bilhões em junho de 2025, valor menor do que o registrado no mesmo mês de 2024, quando ficaram em R$ 10,135 bilhões, a preços correntes. No acumulado de 2025, as desonerações totalizaram R$ 60,786 bilhões, volume inferior ao registrado no mesmo período do ano passado (R$ 62,220 bilhões, a preços correntes).
 
Esse é um tema sensível ao governo, que vetou integralmente a prorrogação da política de desoneração da folha de pagamentos de 17 setores econômicos, e apresentou uma medida provisória com uma proposta de reoneração gradual. Sem a concordância do Congresso com o texto, o governo aceitou enviar o tema como projeto de lei com urgência constitucional para tentar negociar uma alternativa. Após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que cobrava uma medida de compensação para a benesse, o Legislativo avançou numa proposta, que foi sancionada em setembro de 2024 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
 
Adotada desde 2011, a desoneração da folha de pagamentos é um benefício fiscal que substitui a contribuição previdenciária patronal de 20%, incidente sobre a folha de salários por alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, a depender do setor produtivo. Na prática, a medida reduz a carga tributária da contribuição previdenciária devida pelas empresas.
 
Jogos e apostas
 
O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, informou  que, de janeiro a junho deste ano, a arrecadação com atividades e explorações de jogos de azar e apostas somou R$ 3,797 bilhões. No mês passado, foram arrecadados R$ 764 milhões, ante R$ 6 milhões recolhidos no mesmo mês de 2024 e R$ 814 milhões recolhidos em maio de 2025.
 
Malaquias explicou que a diferença é justificada pelo fato de que a atividade de jogos não estava regulamentada no país em junho do ano passado. A arrecadação obtida com as apostas está vinculada à alíquota de 12% aplicada sobre a receita bruta dos jogos, conhecida como GGR. A medida provisória (MP) que substitui parte do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), publicada em junho, aumenta essa alíquota para 18%. A MP tem vigência imediata, mas precisa ser aprovada pelo Congresso até outubro para ser definitivamente convertida em lei.
 
 
IMAGEM: Freepik

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