Ibevar projeta forte queda nas vendas do varejo entre fevereiro e abril

O volume de vendas do varejo deve recuar 2,86% no período que compreende os meses de fevereiro a abril, segundo estimativas do Ibevar-Fia Business School. No caso do varejo ampliado, que inclui veículo e material de construção, a queda prevista é de 3,26%. As comparações são feitas em relação ao período de janeiro a março.

A desaceleração projetada, de acordo com Claudio Felisoni, presidente do Ibevar, preocupa porque deve se dar de maneira disseminada entre quase todos os segmentos do varejo. Segundo ele, apenas Alimentos e Supermercados mostram tendência positiva para o período, de 1,1% e 1,18%, respectivamente.

Para todos os demais segmentos estima-se retrocesso, sendo que em alguns os recuos projetados estão acima da tendência histórica, caso de Livros e Revistas (-56,88%), Artigos de Uso Pessoal (-15,69%), Móveis e Eletrodomésticos (-13,85%), Material de Construção (-4,87%), Tecidos e Vestuário (-4,67%), Veículos e Peças (-3,92%), Material de Escritório (- 3,89%), Combustíveis e Lubrificantes (-1,4%), Artigos Médicos e Farmacêuticos (-0,43%). 

“Esses resultados estão muito associados ao recrudescimento das pressões inflacionárias. Tal situação pode ser explicada pelas seguintes razões: fatores climáticos, gastos públicos, preço do petróleo e aquecimento da demanda (emprego e salário-mínimo)”, diz Felisoni.

TENDÊNCIA DE DESACELERAÇÃO

A equipe de economistas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) também projeta queda nos resultados do varejo para 2025, uma tendência que já vem sendo identificada desde o segundo semestre do ano passado.

Além da inflação, a ACSP aponta que os juros elevados, em um contexto de alto grau de endividamento das famílias, tem prejudicado o consumo. Neste cenário, projetam os economistas da entidade, o consumo tende a se concentrar em itens básicos, tais como artigos farmacêuticos e de supermercado.

IMAGEM: Marcelo Camargo/Agência Brasil