Posição ACSP | Regular o setor de bebidas é necessário e urgente
Um dos principais agravantes é a alta carga tributária, que favorece a falsificação desses produtos

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) se manifesta a respeito da adulteração de bebidas com metanol e destaca a urgência da regulação de bebidas no país. Não é a primeira vez que o Brasil apresenta uma situação como essa, e a falta de controle e monitoramento da produção dessas bebidas tende a aumentar ainda mais as estatísticas.
É necessário que haja novamente um órgão que realize o controle preventivo para que essas adulterações sejam evitadas. Não muito tempo atrás o Brasil possuía o SICOBE (Sistema de Controle de Produção de Bebidas), da Receita Federal, que monitorava a produção do segmento de bebidas (água, refrigerantes e cervejas). O poder público precisa entrar em ação para regular e combater esse “mercado paralelo” de bebidas.
De acordo com estudo da Universidade de São Paulo (USP), aproximadamente um terço das bebidas comercializadas no Brasil sofre algum tipo de adulteração.
Um dos principais agravantes é a alta carga tributária, que favorece a falsificação desses produtos.
Nosso manifesto é pelo restabelecimento desse tipo de regulação, com um sistema de proteção que assegure o controle rigoroso das bebidas, registrando os produtos validados e reprovando aqueles que não cumprirem as normas.
O alerta é para que as pessoas, entre elas os comerciantes, fiquem atentas aos lacres violados, rótulos e embalagens suspeitas e, principalmente, ao custo do produto muito abaixo da tabela do mercado. Enquanto não houver um órgão regulador em meio à crise, nós, como sociedade civil, devemos fazer nossa parte como “fiscais” do setor.
“Vidas foram perdidas, outras estão em risco, os prejuízos à saúde da população são imensuráveis. Além disso, a crise do metanol está afetando o comércio.
Mesmo que ainda não haja números que comprovem a queda no consumo em bares e restaurantes, é fato que a situação tende a desacelerar o consumo, impactando a economia em escala ainda maior”, destaca Roberto Mateus Ordine, presidente da Associação Comercial de São Paulo.
A ACSP, assim como outras entidades, se solidariza com as famílias afetadas pela intoxicação por bebidas adulteradas e reforça a necessidade de respostas eficazes das autoridades. Embora nenhuma medida possa reparar as vidas perdidas, é imprescindível que haja esclarecimentos e punição aos responsáveis.