PIB cresce 0,4% no 2º trimestre e revela economia em desaceleração
No primeiro trimestre do ano, o Produto Interno Bruto do país havia avançado 1,4%, resultado revisado para 1,3% pelo IBGE

O Produto Interno Bruto (PIB) somou R$ 3,2 trilhões no segundo trimestre de 2025, alta de 0,4% na comparação com o resultado do primeiro trimestre, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 2/09. O resultado, porém, mostra perda de fôlego da economia: nos três primeiros meses do ano, o PIB havia avançado 1,4% (revisado para 1,3%).
Em relação ao segundo trimestre de 2024, a economia avançou 2,2%. No semestre, o PIB cresceu 2,5% frente a igual período do ano anterior.
Entre abril e junho, o PIB de Serviços cresceu 0,6% na comparação com o trimestre anterior, com altas em Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,1%), Informação e comunicação (1,2%), Transporte, armazenagem e correio (1,0%), Outras atividades de serviços (0,7%), Atividades imobiliárias (0,3%).
Houve estabilidade no Comércio (0,0%) e variação negativa na Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (-0,4%).
A Indústria avançou 0,5% na comparação entre trimestres, com destaque para o crescimento de 5,4% nas Indústrias Extrativas. Por outro lado, houve retração nas atividades de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-2,7%), Indústrias de Transformação (-0,5%) e Construção (-0,2%).
O Consumo das Famílias avançou 0,5%. Por outro lado, o Consumo do Governo caiu 0,6% e a Formação Bruta de Capital Fixo recuou 2,2% na comparação com o primeiro trimestre de 2025.
No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços subiram 0,7%, enquanto as Importações de Bens e Serviços caíram 2,9% em relação ao primeiro trimestre de 2025.
Já a Agropecuária teve variação negativa de 0,1%.
Montante – Os R$ 3,2 trilhões alcançados pelo PIB do segundo trimestre de 2025 são divididos em R$ 2,7 trilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 431,7 bilhões, aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
No mesmo período, a taxa de investimento foi de 16,8% do PIB, acima dos 16,6% do segundo trimestre de 2024. Já a taxa de poupança foi de 16,8%, superando os 16,2% do mesmo trimestre de 2024.
Comparação com o 2º trimestre de 2024
Em relação ao segundo trimestre de 2024, o PIB do segundo trimestre de 2025 avançou 2,2%.
A Agropecuária cresceu 10,1% nesta comparação. Segundo o IBGE, além de um bom desempenho da Pecuária, este resultado se deve, principalmente, a alguns produtos da lavoura que têm safras significativas no segundo trimestre, com crescimento na estimativa de produção anual e ganho de produtividade: milho (19,9%), soja (14,2%), arroz (17,7%), algodão (7,1%) e café (0,8%).
A Indústria cresceu 1,1% na variação interanual, tendo destaque as Indústrias Extrativas, que avançaram 8,7% devido ao aumento na extração de petróleo e gás, além da extração de minério de ferro.
A Construção registrou variação positiva de 0,2%, corroborada pela variação negativa na produção e comercialização dos insumos típicos.
As Indústrias de Transformação mostraram estabilidade (0,0%) no período, já Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, por sua vez, caiu 4,0%, influenciada pela piora nas bandeiras tarifárias e pela queda no consumo total de energia.
No caso de Serviços, o PIB setorial avançou 2,0% ante o mesmo período do ano anterior, com resultado positivo em todos os setores: Informação e comunicação (6,4%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (3,8%), Outras atividades de serviços (2,7%), Atividades imobiliárias (2,2%), Transporte, armazenagem e correio (1,3%), Comércio (0,9%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,2%).
Comparado com o segundo trimestre de 2024, o Consumo das Famílias cresceu 1,8%, influenciado pelos aumentos na massa salarial real e no crédito disponível às famílias, bem como pelas transferências governamentais de renda às famílias, informou o IBGE. O Consumo do Governo cresceu 0,4%.
A Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 4,1% no segundo trimestre de 2025 ante igual período do ano anterior. Esta alta, diz o IBGE, foi puxada pelo aumento da importação de bens de capital e também do desenvolvimento de software.
Em igual comparação, as Exportações de Bens e Serviços e as Importações de Bens e Serviços cresceram 2,0% e 4,4%, respectivamente. O IBGE diz que a expansão das exportações de bens é explicada, principalmente, pelos veículos automotores; extração de petróleo e gás; metalurgia; e máquinas e aparelhos elétricos. Os destaques na pauta de importações foram: produtos químicos; máquinas e equipamentos; produtos farmacêuticos; e máquinas e aparelhos elétricos.
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