Importações brasileiras vindas dos EUA cresceram mais que as do resto do mundo, diz Amcham

No primeiro semestre, as importações vindas dos Estados Unidos cresceram 11,5% na comparação com igual período do ano passado

Estadão Conteúdo
11/Jul/2025
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Importações brasileiras vindas dos EUA cresceram mais que as do resto do mundo, diz Amcham

As importações brasileiras provenientes dos Estados Unidos cresceram 11,5% no primeiro semestre deste ano na comparação com o ano passado, ritmo maior do que o observado em relação às compras do resto do mundo (8,3%). Os números são da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) e constam no Monitor do Comércio Brasil-EUA, divulgado pela entidade.

O setor que mais se destaca nessa pauta de importação é a indústria de transformação, cuja participação subiu de 87,7% para 90,6% entre o primeiro semestre de 2024 e o primeiro de 2025. Houve, por outro lado, queda na indústria extrativa (11,9% para 9%). A agropecuária manteve os 0,3% de participação na pauta observados no primeiro semestre do ano passado.

Entre os produtos cuja importação vinda dos EUA mais aumentou, a Amcham destaca óleos combustíveis (37,1%), petróleo bruto (35,7%), aeronaves (+35,7%) e motores e máquinas não elétricas (26,2%). Também houve aumento importante em medicamentos e produtos farmacêuticos (30,1%) e outros medicamentos (19,3%).

A entidade destaca ainda que o gás natural deixou de figurar na lista dos dez principais produtos em 2025, por conta da recuperação dos reservatórios brasileiros e de uma maior produção interna.

O Estado de São Paulo foi o principal destino (31,2%) das compras vindas dos EUA em 2025 até aqui, seguido do Rio de Janeiro (21,3%) e da Bahia (5,6%).

Em meio ao temor com o anúncio de tarifas de 50% a produtos brasileiros para entrarem nos EUA e possíveis retaliações do governo federal, a Amcham defende, no relatório, o "esforço diplomático" para uma solução negociada no curto prazo.

Exportações aos EUA batem recorde

A indústria aumentou a participação nas exportações do Brasil aos Estados Unidos no primeiro semestre de 2025, de 76,6% para 79,8%, aponta o Monitor do Comércio Brasil-EUA da Amcham. Isso representa um novo recorde histórico de US$ 16 bilhões, um aumento de 8,8% na comparação com igual período de 2024.
 
Adicionalmente, as vendas da indústria de transformação e da agropecuária avançaram, respectivamente, 3,2% e 1,3%. A participação da indústria extrativa, no entanto, reduziu de 17,7% para 13,1%, influenciada pela queda de 24,5% nas exportações de petróleo bruto, principal item exportado para os EUA, gerando uma redução de US$ 771 milhões em vendas.
 
Segundo a Amcham, as exportações do Brasil para os EUA totalizaram US$ 20 bilhões no primeiro semestre de 2025, um aumento de 4,4% em relação ao mesmo período de 2024. Dos dez principais produtos brasileiros exportados para os EUA, oito são da indústria de transformação, aponta o relatório.
 
Apesar do aumento das exportações, a Amcham frisa que o setor industrial segue deficitário para o Brasil no comércio entre os dois países, em US$ 3,7 bilhões, um aumento de 55,6% ante o primeiro semestre de 2024.
 
O relatório destaca ainda o desempenho das vendas em 2025 dos semiacabados de ferro e aço (+15,9%), do café não torrado (+38,8%) e das aeronaves (+12,1%). Além disso, a carne bovina ingressou na lista dos dez principais produtos exportados, com impacto de US$ 791,2 milhões e crescimento de 142%.
 
Já os produtos de aço, sujeitos a tarifas de 50% desde o início de junho, cresceram em 15,9% a participação das exportações no primeiro semestre. "A alta desses bens pode ser explicada pela falta de capacidade interna dos EUA para atender a demanda doméstica", considera a Amcham.
 
Outra possível explicação, porém, é de que parte das exportações entra por meio do Texas e, depois, segue para consumo no México, sendo, portanto, trânsito aduaneiro.
 
Na primeira metade deste ano, São Paulo liderou as exportações brasileiras para os EUA (31,9%), seguido por Rio de Janeiro (15,9%) e Minas Gerais (12,4%). A maioria dos produtos exportados partiram via modal marítimo (86,6%), equivalente a US$ 17,3 bilhões.
 
 
IMAGEM: Thinkstock

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