Mesmo taxadas, exportações de suco e café aos EUA cresceram em agosto

Relatório da Amcham mostra que, de maneira geral, o valor obtido com as exportações brasileiras de produtos submetidos ao tarifaço recuou 22,4% no mês passado, na comparação interanual

Redação DC
11/Set/2025
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Mesmo taxadas, exportações de suco e café aos EUA cresceram em agosto

As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros derrubaram as exportações do país para os Estados Unidos. Em agosto, quando a taxação entrou em vigor, as vendas para o mercado norte-americano totalizaram US$ 2,73 bilhões, uma queda de 18,5% em relação a igual mês do ano anterior, segundo o relatório Monitor do Comércio divulgado nesta quinta-feira, 11/09, pela Amcham.  

O detalhamento da corrente comercial entre os dois países mostra que os produtos submetidos às tarifas tiveram os maiores recuos nas vendas. Na comparação com agosto de 2024, as exportações dos produtos taxados caíram 22,4%, de US$ 2,51 bilhões para US$ 1,95 bilhão.

As exportações desses mesmos produtos estavam em alta no ano, com vendas que totalizaram US$ 20,9 bilhões no acumulado de janeiro a agosto, um crescimento de 4,9% na comparação com igual período de 2024 (US$ 19,9 bilhões).

Os envios de produtos não tarifados também diminuíram em agosto de 2025, no confronto com igual mês do ano anterior, mas em menor proporção (-7,1%), saindo de US$ 846 milhões para US$ 785 milhões. No acumulado do ano, o valor das exportações dos produtos sem sobretaxa caiu 10,3%, saindo de US$ 5,9 bilhões, entre janeiro e agosto de 2024, para US$ 5,3 bilhões nos oito primeiros meses deste ano.

Maiores quedas em agosto – Entre as exportações brasileiras aos Estados Unidos que registraram as maiores quedas em agosto, há uma mescla de produtos taxados e não taxados. As vendas de aeronaves despencaram 84,9% na comparação interanual, embora a aviação civil não tenha sido afetada pelo tarifaço de 50%. Esse setor depende de encomendas que não são regulares ao longo do ano e de prazos para produção e entrega longos.

Já as vendas de carne bovina, que foram afetadas pelas tarifas, caíram 46,2% em igual comparação. Também afetadas pelo tarifaço, as exportações de máquinas de energia elétrica recuaram 45,6%. Outro produto atingido foi a madeira, que registrou queda de 39,9% nas vendas para os Estados Unidos em agosto, na comparação interanual.

Surpresas – Entre os produtos taxados, surpreendentemente alguns ampliaram o valor exportado em agosto, no confronto com igual mês do ano passado. É o caso dos sucos de frutas, com alta de 10%, do café torrado, que cresceu 16,4%, equipamentos de engenharia civil, que ampliou em 51,6% o valor exportado, e pneus, que avançou 82,1%.

Segundo a Amcham, “é possível deduzir que a antecipação de embarques foi uma estratégia muito utilizada por exportadores em vários setores.”

Resultado geral - As exportações brasileiras aos Estados Unidos somaram US$ 26,6 bilhões no acumulado entre janeiro e agosto, aumento de 1,6% em relação a igual período de 2024, valor recorde para esse intervalo.

As importações cresceram em ritmo maior, 11,4%, totalizando US$ 30,0 bilhões. Com o resultado, os Estados Unidos registraram crescimento do superávit com o Brasil, de US$ 3,4 bilhões – aumento de 355,5% em relação a igual período de 2024.

 

IMAGEM: Paulo Liebert/AE

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