C&A busca melhorar a experiência do cliente com loja conceito no Center Norte

A unidade, aberta em agosto, traz tecnologias como provadores inteligentes, self-checkout e pagamento com biometria facial, entre outras apostas

Rebeca Ribeiro
22/Set/2025
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C&A busca melhorar a experiência do cliente com loja conceito no Center Norte

Quem visita a nova loja da C&A no shopping Center Norte, na cidade de São Paulo, encontra um espaço moderno, com iluminação que destaca as diferentes peças de roupa, e até mesmo uma área para tomar um café em meio às compras. A loja, inaugurada em agosto, foi chamada de Energia, é uma das apostas da varejista para melhorar a jornada de compra no ambiente físico.

Com cerca de 3.400 metros quadrados, o espaço conta com telas de LED espalhadas pelo ambiente e privilegia as coleções recentes da marca, um convite para o consumidor que deseja estar por dentro das tendências. Toda a iluminação e a comunicação visual buscam explicar ao cliente o que ele irá encontrar em cada ambiente da loja. 

O design, feito pelo escritório de arquitetura britânico Gensler, traz como destaque o consumo consciente, com a aposta em espaços para os clientes depositarem peças que não querem mais em seus guarda-roupas. Também privilegia o uso de energia renovável e a reutilização de materiais, com cortinas feitas em jeans e o piso da área das peças esportivas feito com borracha reciclada.

O projeto teve início após quatro meses de pesquisa com consumidores para entender suas necessidades durante a jornada de compra, conforme relatou ao Diário do Comércio Fernando Brossi, vice-presidente de Operações e Serviços Financeiros da C&A, durante a Latam Retail Show 2025, realizada na última semana. 

“Identificamos momentos em que o cliente quer uma compra mais rápida, mas, em outros, prefere fazer com mais calma. Por isso, na loja, o cliente pode entrar no provador, realizar o pagamento e, logo ao lado, está a saída. Entretanto, se ele deseja fazer uma compra mais longa, terá uma curadoria, atendimento personalizado, algo que no mundo da moda é muito importante”, explica Brossi. 

Sem revelar números, Brossi diz que a nova loja tem um tempo médio de compras maior que o de outras unidades da rede, sendo um local importante para descompressão. “Nossa visão é que o cliente precisa pegar o produto na mão. Então, entendemos a necessidade do espaço físico. Já o digital serve para que, antes do consumidor comprar, ele possa verificar o que vai ser tendência. Mas é na loja física que ele pode ter curadoria de manequim e estilo”, diz.

Área dos provadores, na imagem da esquerda, com possibilidade de autoatendimento. À direita, espaço para o cliente descartar roupas que não usa mais

 

A nova loja busca utilizar a tecnologia para melhorar a experiência do cliente. Há totens inteligentes nos provadores, que identificam automaticamente a peça que o cliente carrega e, caso não seja do tamanho adequado, o consumidor pode solicitar, no próprio provador, outro tamanho para um funcionário buscar.

Se a loja não tiver o tamanho da roupa desejada, por meio do aplicativo da C&A o cliente consegue ver a unidade mais próxima com a peça correta em estoque. O app também analisa o histórico de compras do consumidor para sugerir itens que ele pode gostar. “Com a pandemia, muitas pessoas passaram a viver no mundo digital, que é muito mais rápido. E agora a inteligência artificial ajuda na oferta de opções mais certeiras. A IA ajuda a dar respostas mais relevantes e faz análises em questão de segundos, que são humanamente impossíveis”, diz Brossi.

Outras tecnologias ajudam na jornada do cliente dentro da nova loja, como o self-checkout e o reconhecimento por meio de biometria facial para autenticação do cartão C&A.

Apesar do varejo lidar com cautela em relação ao self-checkout, devido aos furtos nas lojas, Brossi enxerga que essa questão depende do desenvolvimento da tecnologia. “A tecnologia evolui rápido. Tem sistema que registra os produtos que ainda estão na sacola. Então, tudo depende da tecnologia escolhida”, diz.

Entre os desafios ao aplicar essas automações na loja, Brossi menciona a maturidade dessas tecnologias atreladas ao custo. Para ele, é necessário que a tecnologia tenha um preço escalável - para não afetar o preço do produto para o consumidor final. Do mesmo modo, as tecnologias, apesar de inteligentes, necessitam de uma interface e um time capacitado para desenvolvê-las e usá-las. “Como é algo novo na C&A, também é necessário divulgar essas informações aos clientes, que não estão acostumados com isso”, diz.

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IMAGENS: C&A/divulgação

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